Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto e biografia:
https://www-elem-mx.translate.goog/autor/datos

JORGE HERNÁNDEZ CAMPOS
( México )

 

Nasceu em Guadalajara, Jalisco, em 19 de junho de 1921; Faleceu na Cidade do México em 17 de março de 2004. Poeta e narrador. Estudou Pintura na Academia de São Carlos; Filosofia nos ff e l  da unam ; Filologia Hispânica, bolsista, no El Colegio de México; Fez cursos de História da Arte, História Romana, História Europeia, Filosofia do Direito e Ciência Política na Universidade de Roma. Foi o fundador da coleção literária Los Presentes com Ernesto Mejía Sánchez, Henrique González Casanova e Juan José Arreola; tradutor na ONU e na FCE ; chefe do Departamento de Artes Plásticas do inba; diretor do Museu Nacional de Arte; adido cultural da Embaixada do México na Espanha; fundador do Processo ; co-fundador da Unomásuno . Colaborador de Vuelta, Razones, Cuadernos Americanos, El Nacional, El Universal, Excelsior, Novedades, Proceso e Unomásuno . Bolsista SNCA , 2001. Prêmio Nacional de Jornalismo em 1985. Prêmio Jalisco de Ciência, Artes e Literatura 1997. Prêmio Nacional de Poesia Aguascalientes 2001 por Sem Título .

Obra de referência:Catálogo biobibliográfico da literatura no México

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EN PORTUGUÊS

 

EL GALLO Y LA PERLA: México em la poesia mexicana. Antología.  Sel. Antonio Deltoro      y Christian Peña.  Mèxico: Universidad Autónoma de México, 2011.  619 p.
ISBN 978-607-02-2841-4                Ex. bibl. Antonio Miranda

 

PADRE, PODER

Un tiempo creí que mi padre era el poder.
Cuánto le odiaba mi corazón de niño
por el pan, por la casa, por su paciencia,
por sus amantes,
por el odio revuelto de lujuria
que le dividía con mi madre;
pero sobre todo cómo le odiaba
por su certidumbre, por el peso
de cada su palabra, por el gesto
definitivo de su mano robusta, por el desprecio
de su sonrisa difícil.

A veces, yo corriendo, él en bicicleta,
le miraba alejarse, pie izquierdo pie derecho,
triunfando sobre el empedrado,
en perfecto equilibrio
de intenciones y fines
y yo quedaba cierto que él era el poder.

Más tarde, preocupado por lo que yo creía política,
pensé que el poder era mi casa y que
el Presidente, pie izquierdo pie derecho,
en perfecto equilibrio de reales medios y ficticios fines,
era nuestro padre, glorioso ciclista
que se iba, mientras nosotros, yo,
quedábamos atrás, jadeantes, en el polvo del fútil idealismo.
Cuanto le odié entonces, al Presidente, por el pan,
por la sal, por la paciente injusticia
con que podía matarnos en aras
de nuestro propio bien.

Cuantos años maduros quemé clamando
en poemas, artículos, acres vituperios,
por una más limpia convivencia con
el dador de la vida, el
principio del verbo, el pilar de la casa. Él.

Hoy mi padre tiene ochenta y cinco años y
casi ciego va por entre los muebles, las manos
por delante,
arrastrando los pies con pasitos de títere,
los pantalones, los mismos de hace treinta años,
flojos, como de pulchinela
(1), en torno
a las zancas raquíticas, y
ya no más seguro, mi vencedor, antes bien
temeroso de la muerte que le hará tropezar
en un palo de escoba,
cuando voy a encontrarle ahora dice ¡hijo,
qué bueno que llegaste, anoche te soñé que vendrías!
y me explora la casa con sus dedos de guante.

Y yo me conmuevo porque
ya estoy en la edad que él tenía
en ese entonces, y porque
luce ya mucho tiempo le perdoné
como espero que un día me perdonen mis hijos
cuando ellos descubran, a su vez, que no soy,
que no he sido,
el poder.

Porque el poder es ese pétreo mascarón
que resurge,
cada seis años
siempre igual a si mismo, siempre
reiterativo, ambiguo, obtuso, laberíntico,
siempre equivocado
e incapaz, que para eso es el poder, de enmendar
y aprender,
y nada es posible perdonarle, como tampoco
hay nada por que odiarle.

No le habitamos.  Nos habita
como un mal innecesario, o como un vicio
del espíritu;
en nuestra larva, nuestro parásito, nos horada
como a carne, nos acosa como a cuadrúpedos, reprochándonos
mientras nos desgarra,
que seamos ingratos, impacientes, hostiles:
esta bala, nos dice, me duele más
en el pensamiento
que a ti en los sesos.

No lo vivamos más pacientes, como pasión,
sino como un problema de virtud.
Neguémosle el prestigio que atribuye
a sus propias hazañas, echémoslo de la conciencia
como a una mala yerba, pensemos
que la historia, la de verdad, es la mía
o la tuya, la de nuestra muerte,
y no esos embustes con que
él traza su legitimidad;
probemos que la republica podría
ser la revulsión o el entusiasmo
con que leíste estas líneas,
y no, para acabar, todo eso que no es
todo esto que fue, todo eso que no seguirá siendo,
oh, el revés de ese amor, ese perdón tardío, ese silencio entre
mi padre, yo, mis hijos, los hijos de mis hijos,
este país, mi fiebre, mi pesadilla,
mi crimen cotidiano, mi
estupidez.

 

TEXTOS EN PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

PAI, PODER

Um tempo acreditei que meu pai era o poder.
Quanto o odiava meu coração de menino
pelo pão, pela casa, por sua paciência,
por suas amantes,
pelo ódio mexido de luxúria
que ele dividia com minha mãe;
mas sobretudo como odiava
por sua certeza, pelo peso
de cada sua palavra, pelo gesto
definitivo de sua mão robusta, pelo desprezo
de seu sorriso difícil.

Às vezes, eu correndo, ele na bicicleta,
via-o afastar-se, pé esquerdo pé direito,
triunfando sobre o empedrado,
em perfeito equilíbrio
de intenções e finalidades
e eu permanecia certo de que ele era o poder.

Mais tarde, preocupado pelo que eu acreditava ser política,
pensei que o poder era minha casa e que
o Presidente, pé esquerdo pé direito,
um perfeito equilíbrio de meios reais e fictícios fins,
era nosso pai, glorioso ciclista
que se ia, enquanto nós, eu,
ficávamos para trás, ofegantes, no pó do fútil idealismo.
Quanto o odiei então, ao Presidente, pelo pão,
pelo sal, pela paciente injustiça
com que podia matar-nos em prol
de nosso próprio bem.

Quantos anos maduros queimei clamando
em poemas, artigos, hectares reveses,
por uma mais limpa convivência com
o doador da vida, o
princípio do verbo, as coluna da casa. Êle.

Agora meu pai está com oitenta e cinco anos e
quase cego vai entre os móveis, as mãos
adiante,
arrastrando os pés com passinhos de fantoche,
as calças, as mesmas de trinta anos atrás,
frouxas, como de pulchinela
(1), em torno
as ancas raquíticas, e já não mais seguro, meu vencedor, antes bem
temeroso da morte que lo fará tropeçar
em um taco de escova,
quando vou encontrar-me agora disse filho!,
que bom que chegaste, de noites sonhei contigo, que virias!
e explora minha casa com seus dedos de luva.

E eu me comovo porque
já estou com a idade que ele tinha
naquele momento, e porque
parece que faz tempo o perdoei
como espero que um dia me perdoem os meus filhos
quando eles descubram, por sua vez, que não sou,
que não era,
o poder.

Porque o poder é essa pétrea carranca
que reaparece,
a cada seis anos
sempre igual a si mesma, sempre
reiterativa, ambígua, obtusa, labiríntica,
sempre equivocada
e incapaz, que para isso é o poder, de corrigir
e aprender,
e nada é possível perdoar-lhe, como tampouco
nada tem para odiá-lo.

Não o habitamos.  Nos habita
como um mal inecessário, ou como um vício
do espírito;
em nossa larva, nosso parasito, nos perfura
como a carne, nos acossa como a quadrúpedes, nos censurando
enquanto se separa de nós,
que sejamos ingratos, impacientes, hostis:
esta bala, nos diz, me dói mais
no pensamento
que a ti no cérebro.

No vivamos isso mais pacientes, como paixão,
senão como um problema de virtude.
Neguemos-lhe o prestigio que atribui
às suas próprias façanhas, retiremos da consciência
como uma erva má, pensemos
que a história, a de  verdade, é a minha
ou a tua, a de nossa morte,
e não essa broma com que
ele traça sua legitimidade;
provemos que a república poderia
ser a repugnância ou o entusiasmo
com que leste estas linhas,
e não, para acabar, tudo isso que não é
tudo isso que foi, tudo isso que não continuará sendo,
ó, o contrário desse amor, esse perdão tardio, esse silêncio entre
meu pai, eu, meus filhos, os filhos de meus filhos,
este país, minha febre, meu  pesadelo,
meu crime quotidiano, minha
estupidez.

(1) A palavra pulchinela procede de Paolo Cinelli, comediante napolitano do século XVI.

*

VEJA e LEIA  outros poetas do MÉXICO  em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/mexico/mexico.html

 

Página publicada em dezembro de 2022


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar